quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

SEM EXPLICAÇÃO!



O MISTÉRIO DOS TRÊS COSMONAUTAS QUE MORRERAM SORRINDO






No dia 30 de junho de 1971, a nave espacial soviética Soyuz 11 pôs a funcionar o seu sistema automático de aterrissagem, depois de permanecer 24 dias no espaço.
A equipe em terra se sentia satisfeita, apesar de que nos últimos minutos, haviam perdido contato com os cosmonautas: Georgi DobrovolskiVladislav Volkov e Viktor Patsayev.
Nesse momento, começaria um dos mistérios mais comentados dos anos 70.


NAVE ESPACIAL SOVIÉTICA SOYUZ 11



Por mais que tivessem perdido o contato ao atravessarem a ionosfera, não havia motivo para preocupação, pois a nave estava aterrissando segundo o previsto.
Mas quando os técnicos abriram a escotilha da astronave, viram que os tripulantes sorriam, mas nenhum deles se moveu, nem levantou a mão para saudar. Todos estavam mortos.


Então, começaram as hipóteses para tentar aclarar porque os 3 estavam mortos sem nenhuma deformação nem rastro de terem passado medo durante a aterrissagem. Primeiro jogaram a culpa na descompressão, mas a autópsia não revelou hemorragias internas. Outros sugeriram uma trombose ou pânico que os conduziu a terem uma parada cardíaca, ao pensarem os astronautas, que se espatifariam no chão, mas o sorriso de seus rostos era um enigma.

O último diálogo entre os cosmonautas e a Terra dava motivos para pensar em qualquer outra possível hipótese:






“Aqui Yantar – disse Dobrovolski – tudo vai perfeitamente a bordo. Estamos em plena forma. Preparados para a aterrissagem. Já vejo a estação. O sol brilha.”

“Até daqui a pouco Yantar – respondeu o controle na Terra – Cedo nos veremos na Pátria.
Inicio de manobra de orientação”.

Segundo todas as aparências, estas foram as últimas palavras registradas, parecendo estar tudo bem. Se houve algo mais, as autoridades soviéticas não quiseram revelar. Não obstante, o mistério resiste, ainda que uma falha técnica determinasse uma descompressão da cápsula, o exame da cabine demonstrou “que não apresentava nenhum defeito de estrutura” e que só a perda de uma junta do sistema de fechamento hermético, poderia provocar a catástrofe.



CÁPSULA DE ATERRISAGEM DA SOYUZ



Uma falha como esta condenava os cosmonautas sem a possibilidade de escaparem.
Por outra parte durante o voo deveriam ter registrado uma queda de pressão, como ocorreu na 
Apolo 13, na qual foi detectada imediatamente uma explosão no compartimento de máquinas.



IMAGEM REAL DA TENTATIVA DE RESGATE DOS TRÊS COSMONAUTAS. GRUPOS DE SUPORTE TENTANDO REALIZAR RCP (REANIMAÇÃO CARDIO - PULMONAR) NOS COSMONAUTAS. APESAR DE EXISTIR A POSSIBILIDADE DE ISTO SER APENAS PARA PUBLICIDADE, É POSSÍVEL QUE ELES TIVESSEM TENTADO SALVAR OS COSMONAUTAS NA ESPERANÇA DE QUE O ACIDENTE DA DESCOMPRESSÃO TIVESSE OCORRIDO A UM INTERVALO DE TEMPO QUE PERMITISSE QUE ALGUNS DELES FOSSE SALVO.



Uma resposta ao mistério seria dada mais tarde pelo doutor Gultekin Gaymec, de origem turca, quem ao ouvir a notícia lembrou que a intensidade de cargas elétricas presentes na atmosfera responde a certos ciclos definidos.

O médico deduziu que a carga elétrica na ionosfera aumentaram repentinamente até extremos que conduziu a uma aguda 
alcalose nos astronautas soviéticos. A alcalose ou conteúdo alcalino exageradamente elevado no sangue e tecidos, podem produzir uma parada cardíaca. O anidrido carbônico que se faz presente em excesso no organismo, provoca ríctus no rosto das vítimas, dando o aspecto de estarem sorrindo.



CADÁVER COM RÍCTUS EXPRESSÃO EM FORMA DE SORRISO QUE APARECE EM CADÁVERES).






O médico fez provas em voluntários, descobriu uma correlação direta entre os pacientes e os ciclos elétricos atmosféricos: aumentava o índice de sódio e colesterol. Além de que os níveis de potássio caíam, lembrando que o potássio é vital para a correta atividade eléctrica do coração. Estes estudos têm ajudado a blindar melhor as naves espaciais, mas também para assinalar que os campos elétricos da atmosfera, que são provocados pela atividade solar, estão diretamente relacionados a muitas enfermidades, como os ataques do coração.

Apesar de haver uma explicação científica razoável, ainda existem muitas dúvidas do porquê sorriam os astronautas mortos após a aterrissagem automática da nave."

O acidente com a Soyus-11 que levou a vida de 3 cosmonautas, por si só já seria bastante perturbador, terrível e marcante, sem a necessidade adicional de sorrisos fora de lugar.












SELO DA URSS DE 1971 HOMENAGEANDO OS COSMONAUTAS GEORGI DOBROVOLSKI (ESQUERDA0, VLADISLAV VOLKOV (CENTRO) E VIKTOR PATSAYEV (DIREITA)





MONUMENTO ERGUIDO NO EXATO LOCAL DA QUEDA DA CÁPSULA COM AS VÍTIMAS.






FUNERAL DAS VÍTIMAS. OS COSMONAUSTAS RECEBERAM UM FUNERAL DE ESTADO.






FONTE: RUSMEA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

E A DÚVIDA FICOU NO AR!



FLORENCE GRIFFITH - JOYNER





Em apenas uma temporada, a norte-americana se sagrou tricampeã olímpica; resultados expressivos levantaram dúvidas sobre possível doping, mas nada foi comprovado até hoje contra a corredora.
Florence Griffith-Joyner, nascida a 21 de dezembro de 1959, em Los Angeles, foi a maior velocista de todos os tempos e uma das atletas mais consagradas da história do atletismo, sendo, ainda hoje, a recordista mundial dos 100 metros, cuja marca de 10,49 segundos parece quase impossível de bater.
Florence teve, ao mesmo tempo uma fulgurante e meteórica carreira. A atleta norte-americana alcançou vitórias e marcas incríveis apenas numa única temporada, a de 1988, em que se sagrou tricampeã olímpica, triunfando nas provas de 100 metros, 200 metros e no revezamento de 4 x 100 metros, além da medalha de prata no revezamento 4 x 400 metros.
Em 16 de julho de 1988, no estádio de atletismo da Universidade de Indiana, as eliminatórias para os Jogos Olímpicos de Seul se transformaram num festival de recordes. Antes de 1988, muito embora já fosse uma das melhores sprinters dos Estados Unidos, o histórico de Florence apresentava apenas duas medalhas de prata, ambas conquistadas na prova de 200 metros (nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, e nos Mundiais de Atletismo de Roma, em 1987) e um ouro, na competição na Itália, no revezamento 4x100 metros.
Seu melhor tempo pessoal antes de viajar para as eliminatórias de Indiana era de 10,96 segundos, tempo muito bom, mas ainda longe do recorde mundial. Na primeira série, no entanto, correu assombrosos 10,60, porém com vento favorável. Nas quartas de final, fez  10,49. O recorde mundial de 10,76 estabelecido por Evelyn Ashford, quatro anos antes, tinha sido quebrado por 0,27 seg. No entanto, um problema técnico anulou o recorde: o anemômetro  marcou 0,0 de velocidade do vento. Um idêntico anemômetro para o salto triplo, colocado a alguns metros do outro, marcou 4,3 m/s.
No dia seguinte, ganhou a semifinal com 10,70 e triturou o recorde na final com 10,61. Em 24 horas, correu os três 100 metros mais rápidos da história. E, antes que as eliminatórias terminassem, esmagou também o recorde dos 200 metros.


ATÉ 1987 TRABALHAVA COMO BANCÁRIA E CABELEIREIRA


Muitas pessoas estavam mais que surpresas, estavam incrédulas. O que tornava seu sucesso em Indiana ainda mais ilógico é que ela havia abandonado o atletismo em 1986, para se dedicar ao seu emprego de bancária e, à noite, de cabeleireira. Quando decidiu voltar em abril de 1987, estava com quilos de sobrepeso. Em pouco mais de quatro meses, conquistou a medalha de prata no Campeonato Mundial de Roma.
Flo-Jo, como era carinhosamente conhecida, afirmou que seu progresso era devido a uma técnica aperfeiçoada, uma dieta especializada e uma total dedicação aos treinamentos, especialmente na academia. Disse mais que falara longamente com Ben Johnson e adaptou seu treinamento ao dele: “Se você quer correr como um homem, você deve treinar como um homem” declarou.
Na verdade, até então, Flo-Jo era conhecida pelos treinos com o técnico Bob Kersee, por usar unhas muito compridas e envergar equipamentos extravagantes. Ela retornou à carreira incentivada por Kersee e motivada pelo seu casamento, em 1987, com o então campeão olímpico do salto triplo, Al Joyner, irmão de Jackie Joyner, quem por sua vez fora casada com o treinador Kersee.
Quando se iniciou a fase de preparação olímpica para os Jogos de 1988, surgiu melhor do que nunca: alma transfigurada e corpo mais forte, musculoso, poderoso, passando até a correr de forma diferente da habitual. Florence treinou intensamente, privilegiando a preparação física com halteres e corridas de resistência.
Em Seul, Flo-Jo ganhou o ouro nos 100 metros, nos 200 metros, no revezamento 4x100 metros e prata nos 4x400 metros. Nos 100 metros, quebrou o recorde olímpico duas vezes  ganhou a final com o tempo de 10,54, mas com vento a favor. Nas semifinais dos 200 metros, bateu o recorde mundial em 0,15 seg, e, em menos de duas horas, bateu novamente na final o melhor tempo em 0,22 seg, com o tempo de 21,34 segundos. Mesmo no revezamento 4 x 400 metros, Florence efetuou o último percurso no fantástico tempo de 48,07 segundos, cuja distância não era sua especialidade.


ESPANTO E ADMIRAÇÃO, DÚVIDAS E SUSPEITAS


Os tempos fabulosos alcançados e a maneira aparentemente fácil como conquistou as 4 medalhas olímpicas em 1988 provocaram dois tipos de reação: espanto e admiração, por um lado, dúvidas e suspeitas, por outro. Para se ter uma ideia do que representa o recorde de Florence nos 100 metros, basta afirmar que em 1998 - ano da sua morte – seu recorde mundial de 10,49 segundos era ainda 16 centésimos melhor que a da segunda mulher mais rápida, Marion Jones (10,65 segundos).
Os Jogos Olímpicos de Seul seriam dominados pelos rumores de doping. "Florence correu 10,49 nas eliminatórias olímpicas e o pessoal disse ‘vento’. Fez aqui 21,34 e o pessoal acusou ‘doping’, lamuriou-se Al Joyner.
Griffith-Joyner passou por 11 testes de doping em 1988. O príncipe Alexandre de Mérode,  presidente da comissão médica do Comitê Olímpico Internacional, afirmou à época que ela foi particularmente submetida a rigorosos e diversificados testes.  “Jamais encontramos algo e não restou a mais mínima suspeita”, declarou.
Infelizmente para Griffith-Joyner, muitos atletas e comentaristas consideraram sua intuição mais confiável que os laboratórios do COI. Na Vila Olímpica, os atletas viam-na com suspeita. Joaquim Cruz, um meio-fundista brasileiro que ganhou o ouro nos 800 metros em 1984 e prata em Seul, disse: “Florence, em 1984, podia ser vista como uma pessoa extremamente feminina. Hoje ela parece mais homem que mulher”.
Em março de 1989, Charlie Francis, o desacreditado técnico de Ben Johnson, implicou-a, durante um depoimento ao Inquérito Dubin do Canadá sobre o doping no esporte. Al Joyner retrucou duramente: “Ele é sujo”. Mais tarde, no mesmo ano, Darrell Robinson, ex-corredor dos 400 metros, disse que havia conseguido um hormônio de crescimento humano para Florence. Ela o chamou de “compulsivo, louco, mentiroso lunático”.


PÓS-OLIMPÍADA


Após Seul, Flo-Jo estava otimista quanto ao futuro. Planejou defender seus títulos em Barcelona em 1992 e falou em competir nos 400 metros. Em fevereiro de 1989, no entanto, anunciou abruptamente que iria parar de competir.
A decisão foi anunciada justo quando foi introduzido o teste aleatório obrigatório de doping. Outra fofoca não comprovada insinuava um positivo em um dos testes, possivelmente ainda em Seul. Entretanto, para salvar o atletismo de outro constrangimento após o escândalo Johnson, teria sido oferecida a ela a oportunidade de se aposentar dignamente, sem que o resultado do teste jamais se tornasse público.
Afastada das pistas, passou a desenhar roupas, escreveu um par de romances e uma série de livros infantis lançando um personagem de nome Barry Bam Bam, abriu uma firma de cosméticos, gravou vídeos de boa forma e voltou sua atenção para o teatro. Em 1990 teve uma filha, Mary, homenagem à mãe de Joyner, que morreu aos 38 anos.
Um par de anos depois, anunciou sua intenção de retornar ao atletismo. “Sempre gostei das longas distâncias  era meu sonho competir numa maratona olímpica”,  disse, lançando suas vistas para as olimpíadas de Atlanta (1996). No entanto, durante um voo nesse mesmo ano, Griffith Joyner sofreu um ataque epiléptico. Passou a noite no hospital, porém nenhum sintoma grave foi detectado. Em setembro de 1998, quando tinha apenas 38 anos, faleceu repentinamente durante o sono, tendo o médico forense concluído que tinha morrido asfixiada em seu próprio travesseiro durante um ataque epiléptico. Al Joyner exigiu que seu corpo fosse rigorosamente testado para sinais de esteróide. Nada foi encontrado.
O problema era que a ascensão de Flo-Jo foi incrivelmente rápida e seus tempos extraordinariamente bons. Sua carreira como corredora de alto nível durou efetivamente três meses e oito corridas. Com somente 8 provas, detém os três melhores e 5 dos 10 mais rápidos tempos da história. Nestes 27 anos desde 1988, o recorde masculino dos 100 metros foi batido 15 vezes. A marca de Florence não só permanece firme, como ninguém conseguiu sequer chegar perto dela. Somente três mulheres chegaram a correr abaixo dos 10,70.
O recorde de Griffith Joyner nos 200 metros é também categoricamente imbatível. A única mulher a ficar a menos de 0,30 segundo foi Marion Jones. A jamaicana Veronica Campbell-Brown, conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e de Pequim (2008), tem como seu melhor tempo pessoal 21,74, ou seja, 0,4 segundo mais lento que Griffith Joyner em Seul.



FLO-JO, COMO ERA CONHECIDA, GANHOU A MEDALHA DE OURO NOS 100 METROS EM SEUL




FLORENCE DURANTE EXERCÍCIOS INICIAIS ANTES DAS PROVAS DE ATLETISMO NA CAPITAL SUL-COREANA






FLORENCE GRIFFITH-JOYNER DURANTE OS JOGOS OLÍMPICOS DE SEUL, EM 1988







FLORENCE GRIFFITH - JOYNER E O PRESIDENTE RONALD REAGAN 


















                                                     















                                                                     

                                     





















                                                       




                                            










VÍDEO









                   FONTE: ÓPERA MUNDI.

domingo, 17 de janeiro de 2016

PERTURBADOR E APAIXONANTE!

VINCENT VAN GOGH


Vincent Willem van Gogh (pronúncia em holandês[ˈvɪnsɛnt ˈʋɪləm vɑn ˈɣɔx] ( Zundert30 de março de 1853 — Auvers-sur-Oise29 de julho de 1890) foi um pintor pós-impressionista holandês. Sua produção inclui retratosauto-retratospaisagens e naturezas-mortas de ciprestes, campos de trigo e girassóis. Desenhava desde a infância, mas deu início às atividades de pintura somente ao fim dos seus vinte anos. Muitos de seus mais conhecidos trabalhos foram finalizados durante os dois últimos anos de vida. Em pouco mais de uma década, produziu mais de 2.100 obras de arte, incluindo 860 telas a óleo e cerca de 1.300 aquarelasdesenhos, esboços e gravuras.

Van Gogh nasceu numa família de classe média alta e passou o início de sua vida adulta trabalhando para uma firma de negociantes de arte. Viajou por HaiaLondres e Paris, posteriormente indo lecionar em Isleworth e Ramsgate. Profundamente religioso quando mais jovem, aspirava a ser um pastor. A partir de 1879, serviu como missionário numa região de mineração na Bélgica, onde começou a esboçar representações de pessoas da comunidade local. Em 1885, pintou seu primeiro grande trabalho. A paleta por ele empregada à época consistia principalmente em tons terrosos sombrios e não mostrava nenhum sinal da coloração vívida que viria a distinguir suas pinturas posteriores. Em março de 1886, mudou-se para Paris, onde conheceu os impressionistas franceses. Mais tarde, migrou para o sul daquele país, onde passou a ser influenciado pela forte incidência solar da região, algo que estimulou o desenvolvimento de trabalhos em maior complexidade cromática. Essa mudança veio a criar um estilo único e altamente reconhecível que encontrou auge durante sua estada em Arles, em 1888.

Após tempos sofrendo de ansiedade e com crises de desequilíbrio mental, van Gogh morreu aos 37 anos em decorrência de uma ferida de bala auto-infligida, num ato de suicídio. Até que ponto a saúde mental afetou sua produção figurativa tem sido uma questão amplamente debatida por acadêmicos. Apesar da tendência generalizada de se romantizar sua má condição psíquica, críticos contemporâneos vêem no pós-impressionista um artista profundamente frustrado com a inatividade e a incoerência forjada pela doença. Suas últimas pinturas, contudo, mostram-no ao auge de suas habilidades, completamente sob controle e, de acordo com o crítico de arte Robert Hughes, "ansiando por concisão e graça". Van Gogh é considerado um dos pioneiros estabelecedores da ligação entre as tendências impressionistas e as aspirações modernistas, sendo a sua influência reconhecida em variadas frentes da arte do século XIX, como por exemplo o expressionismo, o fauvismo e o abstracionismo. Sua fama póstuma cresceu especialmente após a exibição das suas telas em Paris, em 17 de março de 1901. Com uma vasta obra, o artista é considerado um dos mais importantes da história. Em sua homenagem, foi fundado o Museu Van Gogh, em Amsterdã, dedicado à difusão de seu legado.



MUSEU VAN GOGH EM AMSTERDÃ




PRIMEIROS ANOS

Vincent Willem van Gogh nasceu em 30 de março de 1853, em Groot-Zundert, um povoado próximo de Breda, na província de Brabante do Norte, localidade de cultura predominantemente católica no sul dos Países Baixos. Foi o filho mais velho de Theodorus van Gogh, um pastor da Igreja Reformada Holandesa, e Anna Cornelia Carbentus. O nome de Vincent foi dado em homenagem ao avô e a um irmão, o primogênito, natimorto exatamente um ano antes de seu nascimento. A prática da reutilização de nomes não era incomum à época; "vincent", em verdade, foi um prenome recorrente na família van Gogh, que teve como figura mais influente o avô (1789-1874), formado em teologia pela Universidade de Leiden em 1811. Este teve seis filhos, três dos quais se tornaram negociantes de arte, incluindo um outro Vincent, citado nas cartas como "tio Cent". O avô, por sua vez, talvez tenha sido nomeado em sequência ao tio de seu pai, o bem-sucedido escultor Vincent van Gogh (1729-1802). Arte e religião foram dois âmbitos em torno dos quais a família van Gogh orbitou. Já o irmão mais próximo do futuro pós-impressionista, Theodorus, ou "Theo", nasceu em 1º de maio de 1857. Ele tinha outro irmão, Cornelius, ou "Cor", e três irmãs, chamadas Elisabeth, Anna, e Willemina, esta última também referida como "Wil".

Van Gogh foi uma criança séria, quieta e introspectiva. Frequentou uma escola do vilarejo local a partir de 1860, onde um único professor católico ensinava para cerca de duzentos alunos. Em 1861, contudo, ele e sua irmã Anna passaram a ter aulas em casa, dadas por uma instrutora particular, condição essa que perdurou até 1° de outubro de 1864, quando foi colocado num colégio de internato em Zevenbergen, distante aproximadamente 32 km (20 milhas) de casa. O menino mostrou-se aflito em deixar o lar de sua família. Em 15 de setembro de 1866, foi transferido para a escola secundária Willem II, em Tilburgo. Constantijn C. Huysmans, um artista de sucesso de Paris, ensinou-o a desenhar no colégio. A prática do desenho, iniciada na infância, foi continuada ao longo dos anos que antecederam a sua decisão de se tornar um artista. Embora bem-feitas e expressivas, as primeiras ilustrações não abordavam os temas com a intensidade que viria a dominar suas obras posteriores. Em março de 1868, deixou a escola repentinamente e voltou para casa. Ao escrever sobre seus primeiros anos numa carta para Theo, em 1883, Vincent confessou: "minha juventude foi sombria e fria e estéril".

Em julho de 1869, seu tio Cent o ajudou a obter uma vaga de trabalho com os negociantes de arte da Goupil & Cie, em Haia. Após um treinamento, a empresa o transferiu, em junho de 1873, para Londres, onde se alojou na Hackford Road, 87, Brixton, e trabalhou na Goupil & Co. da Southampton Street.

 Considera-se este como um período feliz da vida de van Gogh; quando foi bem-sucedido no trabalho e, aos 20 anos, ganhava mais que seu pai. A esposa de Theo mais tarde afirmou ter sido este o ano mais feliz na vida do irmão de seu marido. Nesse ínterim, Vincent se apaixonou pela filha de sua senhoria, Eugénie Loyer, porém, quando finalmente confessou seus sentimentos para a garota, ela o rejeitou, dizendo que estava secretamente noiva de um ex-inquilino. A partir daí, ele se tornou cada vez mais isolado e fervoroso em religião. Seu pai e tio arranjaram-lhe uma transferência para Paris, mas lá ficou ressentido por causa da forma com que a arte era tratada, como um commodity, algo que passou a transparecer em seu comportamento no emprego e que foi notado pelos clientes. Em 1º de abril de 1876, Goupil o afastou do trabalho.



GRAVURA DE VAN GOGH RETRATANDO SUA MORADA EM LONDRES, QUANDO TRABALHAVA PARA A GOUPIL & CO.



Van Gogh retornou à Inglaterra para trabalhar voluntariamente como professor substituto numa pequena escola de internato em Ramsgate. Quando o dono da instituição se mudou para Isleworth, Middlesex, Vincent foi com ele, executando parte da viagem a trem e parte a pé. Essa ocupação, contudo, não vingou e o rapaz a abandonou na busca por se tornar um assistente de pastor metodista, seguindo o desejo de "pregar o evangelho em toda parte". No natal, voltou para casa e, após, foi trabalhar numa livraria em Dordrecht por seis meses. Infeliz com o emprego, passava a maior parte de seu tempo a rabiscar ou traduzir passagens da Bíblia em Inglês, francês e alemão. De acordo com seu companheiro de quarto à época, um jovem professor chamado Görlitz, Vincent comia frugalmente e preferia não ingerir carne.



CASA HOLME COURT, EM ISLEWORTH, ONDE VINCENT MOROU EM 1876




O zelo religioso de van Gogh cresceu até que sentiu ter encontrado sua verdadeira vocação. Como apoio ao seu esforço de se tornar um pastor, sua família o enviou a Amsterdã, para que estudasse teologia, em maio de 1877, onde permaneceu com o tio Jan van Gogh, um vice-almirante da Marinha. Preparou-se para um exame de entrada com outro tio, Johannes Stricker, um respeitado teólogo nos Países Baixos. Vincent, após a reprovação no exame, deixou a casa do tio Jan em julho de 1878. O rapaz, então, buscou um curso de três meses na Vlaamsche Opleidingsschool, uma escola missionária protestante em Laeken, próxima de Bruxelas, mas não o completou.

Em janeiro de 1879, assumiu um cargo temporário como missionário no vilarejo de Petit Wasmes, no distrito de Borinage, na Bélgica, que tinha como principal atividade econômica a mineração de carvão. Van Gogh, nesse período, viveu nas mesmas condições de pobreza que aqueles para quem pregou, dormindo em palha numa pequena cabana ao fundo da casa de um padeiro. A mulher do comerciante relatava ouvir Vincent a soluçar à noite na cabana. Sua escolha por viver em condições miseráveis fez com que fosse mal visto pelas autoridades da igreja, que o demitiram por "causar prejuízos à dignidade do sacerdócio". Partiu para Bruxelas, retornou brevemente para a aldeia de Cuesmes, em Borinage, mas cedeu à pressão de seus pais e voltou para casa, em Etten. Van Gogh lá ficou até por volta de março do ano seguinte, algo que deu grande preocupação e frustração para seus pais. Havia um particular conflito entre Theodorus e seu filho, o que o motivou a tentar interná-lo num hospício em Geel.

O rapaz acabou voltando para Cuesmes, onde se alojou com um mineiro chamado Charles Decrucq. Passou a se interessar, então, pelas pessoas e cenas ao seu redor, registrando o cotidiano nos desenhos, algo que foi sugerido pelo irmão, Theo, desejando que Vincent levasse a arte a sério. Viajou, num outono, a Bruxelas, com a intenção de seguir a recomendação do irmão para que estudasse com o artista Willem Roelofs, o qual, por sua vez, o persuadiu — apesar da aversão de van Gogh às escolas formais de arte — a frequentar a Académie Royale des Beaux-Arts, na qual veio a se matricular em 15 de novembro de 1880. Na Académie, estudou anatomia e as regras padrão de sombreado e perspectiva, sobre a qual declarou: "você tem que saber para ser capaz ao menos de desenhar alguma coisa". Vincent desejava se tornar um artista a serviço de Deus, "para tentar entender o significado real do que os grandes artistas, os graves mestres, dizem-nos nas suas obras-primas, que levam a Deus; um homem escreveu e contou isso num livro, outro (pode contar) numa imagem".



CASA EM CUESMES ONDE VAN GOGH VIVEU POR VOLTA DE 1880. ENQUANTO LÁ ESTEVE, DECIDIU SE TORNAR UM ARTISTA.





ETTEN, DRENTHE E HAIA

Vincent se mudou com seus pais para o interior de Etten em abril de 1881. Continuou desenhando, muitas vezes usando vizinhos como tema. No verão daquele ano, o rapaz costumou realizar longas caminhadas com a prima recentemente enviuvada Kee Vos-Stricker, filha da irmã mais velha de sua mãe e Johannes Stricker. A moça era sete anos mais velha que ele e tinha um filho de oito anos de idade. Van Gogh a pediu em casamento, mas ela recusou, respondendo: "não, nunca, jamais" ("nooit, neen, nimmer"). Em novembro, Vincent escreveu uma contundente carta a Johannes e, em seguida, partiu para Amsterdã, onde eles se falaram em várias ocasiões. Kee se recusava a vê-lo e os pais dela escreviam-lhe: "sua persistência é repugnante". Em desespero, van Gogh um dia colocou sua mão esquerda numa chama de lâmpada, falando: "deixe-me vê-la pelo tempo em que eu consigo manter minha mão no fogo". Ele não recordaria o evento muito bem, mas depois relatou que seu tio teria apagado a chama. O pai de Kee deixou claro que a recusa da filha teria de ser ouvida e que os dois não se casariam por causa da incapacidade de van Gogh de se sustentar. A percepção a partir daí construída a respeito do tio e ex-tutor o teria afetado profundamente e posto fim no seu fervor religioso. Num natal, Vincent se recusou a ir à igreja, discutindo violentamente com o pai como resultado disso, o que, por conseguinte, levou-o a sair de casa no mesmo dia, indo para Haia.



KEE VOS-STRICKER COM SEU FILHO, JAN, C. 1879 - 1880





Van Gogh se estabeleceu em Haia em janeiro de 1882, e lá passou a visitar o marido de uma prima, Anton Mauve, pintor realista holandês e um dos principais membros da Escola de Haia. Malva apresentou-o à pintura a óleo e aquarela e emprestou-lhe dinheiro para montar um estúdio, mas os negócios de ambos logo caíram. Um tio de Vincent, Cornelis, um negociante de arte, encomendou-lhe doze ilustrações a tinta de paisagens da cidade, as quais o sobrinho concluiu logo após chegar em Haia, junto com mais sete outros trabalhos de desenho. Van Gogh passou três semanas de junho daquele ano num hospital, sofrendo de gonorreia. No verão que seguiu, começou a pintar a óleo.




AQUARELA DE VAN GOGH RETRATANDO O TELHADO DO ATELIÊ DE HAIA, 1882



Mauve teria subitamente se tornado frio com Vincent, não retornando algumas de suas cartas. Este supôs que o parente teria descoberto que estava a morar com uma prostituta e mãe solteira, Clasina Maria Hoornik (1850-1904), também chamada de "Sien". Van Gogh teria conhecido Sien no final de janeiro, grávida e com uma filha de cinco anos de idade. A mulher já havia dado a luz a duas crianças que morreram, embora Vincent não soubesse disso; em 2 de julho, Sien pariu um menino, que recebeu o nome de Willem. Quando Theodorus descobriu os detalhes do relacionamento, exigiu que seu filho a abandonasse, embora o pintor tenha primeiramente recebido esse mando como um desafio. Van Gogh pensou em se mudar com a família de Sien para fora da cidade, mas, em outono de 1883, decidiu por deixá-la. É possível que a falta de dinheiro teria obrigado a moça a voltar à prostituição. A partir desse eventos, Vincent teria sentido que a vida familiar era incompatível com o seu desenvolvimento artístico. Quando ele foi embora, Sien deu sua filha para a mãe e Willem, ainda bebê, para um irmão. Ela, então, mudou-se para Delft e mais tarde para Antuérpia.

Willem, tempos depois, relatou ter sido levado para visitar a mãe em Roterdã quando tinha por volta de 12 anos de idade. Lá, um tio tentou persuadir Sien a se casar a fim de legitimar o filho. Willem lembrou de sua mãe dizendo: "mas eu sei quem é o pai. Ele era um artista com quem eu vivi há quase vinte anos atrás, em Haia. Seu nome era van Gogh". Ela, então, teria falado para o filho: "você recebeu esse nome em homenagem a ele". Embora Willem acreditasse ser filho de Vincent van Gogh, o período de seu nascimento torna essa hipótese improvável. Em 1904, Sien cometeu suicídio, afogando-se no rio Escalda. Ao fim do relacionamento, Van Gogh mudou-se para a província de Drente, no norte dos Países Baixos. A solidão, contudo, o fez voltar à casa de seus pais, que haviam se mudado para um povoado em Nuenen, ainda em Brabante do Norte.

PARIS

Em março de 1886, Van Gogh mudou-se para Paris, onde dividiu um apartamento em Montmartre com Theo. Depois, os dois mudaram-se para um apartamento maior na Rua Lepic, 54. Por alguns meses, Vincent trabalhou no Estúdio Cormon, onde conheceu os artistas John Peter RussellÉmile Bernard e Henri de Toulouse-Lautrec, entre outros. Este último, alcóolatra, apresenta van Gogh ao absinto, bebida popular da ocasião, que viria a ser muito consumida pelo pintor, que a retratou em Natureza Morta com Absinto. O absinto possuía como principal ingrediente uma planta alucinógena de nome Artemisia absinthium e apresentava gradação alcoólica de 68%. O absinto, também conhecida como "fada verde" devido aos efeitos alucinógenos, foi responsabilizado por alucinações, surtos psicóticos e até mesmo mortes.




NATUREZA MORTA COM ABSINTO 1887,
NESSA OBRA O PINTOR RETRATA O ABSINTO, BEBIDA EM QUE SE VICIOU





Através de Theo, conhece MonetRenoirSisleyPissarroDegasSignac e Seurat.
Naquela época, o impressionismo tomava conta das galerias de arte de Paris, mas Van Gogh tinha problemas em assimilar esse novo conceito de pintura. Vincent e Émile Bernard começaram o uso da técnica do pontilhismo, inspirados em Georges Seurat.
A partir de sua estada em Paris, Van Gogh abandona sua temática sombria e obscura de camponeses e suas obras recebem tons mais claros. São desta época os quadros Mulher sentada no Café du Tambourin, A ponte Grande Jatte sobre o SenaQuatro Girassóis, os Retratos de Père Tanguy, entre outros.
Em 1887, conhece Paul Gauguin, e mais para o final do ano expõe em Montmartre. No ano seguinte, decide mudar-se de Paris.


ARLES


Vincent van Gogh chegou em Arles, no Sul de França, no dia 21 de fevereiro de 1888. A cidade era um local que o impressionava pelas paisagens e onde esperava fundar uma colônia de artistas.
Com o objetivo de decorar a sua casa em Arles (conhecida como A Casa Amarela, retratada em uma de suas obras), Van Gogh pintou a série de quadros com girassóis, dos quais um se tornaria numa de suas obras mais conhecidas. Dos artistas que deixara em Paris, apenas Gauguin respondeu ao convite feito para se instalar em Arles. O Vinhedo Vermelho, único quadro vendido durante a sua vida, foi pintado nesta altura. Ele o vendeu por 400 francos.

Gauguin e Van Gogh partilhavam uma admiração mútua, mas a relação entre ambos estava longe de ser pacífica e as discussões, frequentes. Para representar as relações abaladas entre os dois, Van Gogh pinta  A Cadeira de Van Gogh e a A Cadeira de Gauguin, ambas de dezembro de 1888. As duas cadeiras estão vazias, com objetos que representam as diferenças entre os dois pintores. A cadeira de Van Gogh é sem braços, simples, com assento de palha; a de Gauguin possui assento estofado e possui braços.

Mediante os diversos conflitos, Gauguin pensa em deixar Arles: "Vincent e eu não podemos simplesmente viver juntos em paz, devido à incompatibilidade de temperamentos", queixou-se ele a Theo. Gauguin sentia-se incomodado com as variações de humor de Vincent pela pressão exercida por elas.

Em 23 de dezembro de 1888, após a saída de Gauguin para uma caminhada, Van Gogh o segue e o surpreende com uma navalha aberta. Gauguin se assusta e decide pernoitar em uma pensão. Transtornado e com remorso pelo feito, Vincent corta um pedaço de sua orelha direita, que embrulha em um lenço e leva, como presente, a uma prostituta sua amiga, Rachel. Vincent retorna à sua casa e deita-se para dormir como se nada acontecera. A polícia é avisada e encontra-o sem sentidos e ensanguentado. O artista é encaminhado ao hospital da cidade. Gauguin então manda um telegrama para Theo e volta para Paris, julgando melhor não visitar Vincent no hospital.

Vincent passa 14 dias no hospital, ao final dos quais retorna à casa amarela. Em seu retorno pinta o Auto-Retrato com a Orelha Cortada. O episódio trágico convenceu van Gogh da impossibilidade de montar uma comunidade de artistas em Arles.
O estilo de pintura acompanhou a mudança psicológica e Van Gogh trocou o pontilhado por pequenas pinceladas.
Quatro semanas após seu retorno do hospital, Van Gogh apresenta sintomas de paranoia e imagina que lhe querem envenenar. Os cidadãos de Arles, apreensivos, solicitam seu internamento definitivo. Sendo assim, van Gogh passa a viver no hospital de Arles como paciente e preso.
Rejeitado pelo amigo Gauguin e pela cidade, descartados seus planos da comunidade de artistas, se agrava a depressão de Van Gogh, que tinha como único amigo seu irmão Theo, que por sua vez estava por casar-se. O casamento de Theo contribui para a inquietação de Vincent, que teme pelo afastamento do irmão.

SAINT – RÉMY


 Em 1889, aos 36 anos, pediu para ser internado no hospital psiquiátrico em Saint-Paul-de-Mausole, perto de Saint-Rémy-de-Provence, na Provença. A região do asilo possuía muitas searas de trigo, vinhas e olivais, que transformaram-se na principal fonte de inspiração para os quadros seguintes, que marcaram nova mudança de estilo: as pequenas pinceladas evoluíram para curvas espiraladas.


AUVERS – SUR - OISE


Em maio de 1890, Vincent deixou a clínica e mudou-se de novo para perto de Paris (em Auvers-sur-Oise), onde podia estar mais perto do seu irmão e frequentar as consultas do doutor Paul Gachet, um especialista habituado a lidar com artistas, recomendado por Camille Pissarro. Gachet não conseguiu melhorias no estado de espírito de Vincent, mas foi a inspiração para o conhecido Retrato do Doutor Gachet. Em Auvers Van Gogh produz cerca de oitenta pinturas.



RETRATO DO DR. GACHET, OBRA DE 1890



Entretanto, a depressão agravou-se, e a 27 de Julho de 1890, depois de semanas de intensa atividade criativa (nesta época Van Gogh pinta, em média, um quadro por dia),  Van Gogh dirige-se ao campo onde disparou um tiro contra o peito. Arrastou-se de volta à pensão onde se instalara e onde morreu dois dias depois, nos braços de Theo. As suas últimas palavras, dirigidas a Theo, teriam sido: "La tristesse durera toujours" (em francês, "A tristeza durará para sempre").


A DOÊNÇA


Na ocasião, o diagnóstico de Van Gogh mencionava perturbações epiléticas, ainda que o diretor do asilo, Dr. Peyron, sequer fosse especialista em psiquiatria. As crises ocorriam de tempos em tempos, precedidas por sonolência e em seguida apatia. Tinham a média de duração de duas a quatro semanas, período no qual Van Gogh não conseguia pintar. Nestas crises predominavam a violência e as alucinações. No entanto, Van Gogh tinha consciência de sua doença e lhe era repulsivo viver com os demais doentes mentais da instituição.

"Após a experiência dos ataques repetidos, convém-me a humildade. Assim pois: paciência. Sofrer sem se queixar é a única lição que se deve aprender nesta vida."
— Vincent Van Gogh


A doença de Van Gogh foi analisada durante os anos posteriores e existem várias teses sobre o diagnóstico. Alguns como o doutor Dietrich Blumer, em artigo publicado no American Journal of Psychiatry, mantém o diagnóstico de epilepsia do lobo temporal, agravada pelo uso do absinto.
Segundo alguns, Vincent teria sofrido de xantopsia (visão dos objetos em amarelo), por isso exagerava no amarelo em suas telas. Esta xantopsia pode ou não ter surgido pelo excesso de ingestão de absinto, que contém tujona, uma toxina. Outra teoria seria que doutor Gachet teria indicado o uso de digitalis para o tratamento de epilepsia, o que poderia ter ocasionado visão amarelada a Van Gogh. Outros documentos relatam ainda que na verdade Van Gogh seria daltônico.

Há ainda diagnósticos de esquizofrenia e de transtorno bipolar do humor, sendo este último o diagnóstico mais aceito.
Consta que na família de Van Gogh existiram outros casos de transtorno mental: Théo sofreu depressão e ansiedade e faleceu de "demência paralítica" (neurossífilis), no Instituto Médico para Doentes Mentais em Utrecht. Willemina era esquizofrênica e viveu durante 40 anos neste mesmo instituto e Cornelius cometeu suicídio aos 37 anos de idade.

Faleceu em 29 de julho de 1890. Encontra-se sepultado no cemitério municipal de Auvers-sur-Oise na França.




VINCENT COM APROXIMADAMENTE TREZE ANOS. FOTOGRAFIA DE C. 1866









 LADO EM AUVERS-SUR-OISE. A

 SEPULTURA DE VINCENT TRAZ A 

INSCRIÇÃO ICE REPOSE VINCENT VAN

 GOGH (1853-1890), A DE THEO ICI

REPOSE THEODORE VAN GOGH


(1857-1891)





OBRAS

A VINHA ENCARNADA 1888





A CADEIRA DE VAN GOGH, COM CACHIMBO 1888






A ESPLANADA DO CAFÉ NO PLACE DU FORUM ARLES 1888







A IGREJA DE AUVERS 1890




A NOITE ESTRELADA 1889







AMENDOEIRA EM FLOR 1890







AUTO-RETRATO COM CHAPÉU DE PALHA 1888






CASA AMARELA 1888







CAVEIRA COM CIGARRO ACESO 1886







DOZE GIRASSÓIS NUMA JARRA 1888








JARDIM DE HORTAS 1888







MEIO - DIA DESCANSO DO TRABALHO 1890






NOITE ESTRELADA SOBRE RÓDANO 1888




O CAMPO DE TRIGO COM CORVOS 1890





O QUARTO DE VAN GOGH EM ARLES 1889








O SEMEADOR 1888








OS COMEDORES DE BATATA 1885





PAISAGEM MONTANHOSA, ATRÁS HOSPITAL SAINT - PAUL 1889







PÔR DO SOL 1888





VISTA DE ARLES COM LÍRIOS 1888







AUTO - RETRATO COM  A ORELHA CORTADA 1888








AUTO - RETRATO COM CHAPÉU DE FELTRO 1887






CAMPO DE TRIGO SOB UM CÉU NUBLADO 1890








OLIVEIRAS COM CÉU AMARELO E SOL 1889






UM PAR DE SAPATOS 1886






AUTO - RETRATO 1887







RETRATO DE PÈRE TANGUY 1887






ORIGEM: WIKIPÉDIA