domingo, 14 de junho de 2015

AO MEU PRAZER



Essa vagina úmida enlaçada por um jorro viril,
implacavelmente dilacerada pelo desejo voraz de incisivos sorrindo pra mim.

Vaga pela noite vazia, anda à meia-luz, 

meio amarga pelo gosto insalubre da ejaculação 
que escorria dos escrotos.





Era de fêmea o cheiro dela, bela noite nua, 
bela fêmea era ela,
a noite, a nua, a lua;
ela que estava a um palmo de mim;
podia quase tocar, podia quase gozar pensando como seria.

Ela perseguia e parecia fugir,

não podia ser saciada com tão pouco, não queria tão pouco,
queria mais, muito mais;
era doce, era ácida, chorava no escuro, chorava com medo de tudo;
Era uma só e muitas ao mesmo tempo;
era puta cara, muito cara e hora em quanto se vendia por tão pouco
como as putas das horas vagas que qualquer um pode ter.

Especulava dentro de si coisas novas, queria tudo novo;

ardia na luxúria, na fúria do sexo,
mordia a própria pele num sadomasoquismo aparente
para não deixar dúvida de seu apetite.

Seu corpo é uma brasa incandescente, 

equilibra-se perigosamente na beira do abismo
e lambe a borda do cálice frio da morte;
ela vê, ela sente e sabe
que o esperma esquecido pingado gota a gota pelos corredores inóspitos 
de uma casa vazia, sem vida,
é uma lembrança morna que fica, fica, fica...

Suas entranhas explodem sem nenhum pudor, ela permanece, inerte, permanece;

olha para os lados, não vê ninguém, há um vão entre uma parede e outra;
tudo é silêncio!

Depois de horas de masturbação incessante e massiva, ela se joga e desaparece no vão,

no meio do nada.
Morreu por tão pouco, por nada!
Era um sombra que ninguém via!




AUTORIA: FLÁVIA REGINA.

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