Senhor, fazei com que eu aceite
minha
pobreza tal como sempre foi.
Que
não sinta o que não tenho.
Não
lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos
errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha
humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a
Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de
lenha
debaixo do meu fogão de
taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia
que começa.
CORA CORALINA
Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) foi uma poetisa e contista brasileira. Considerada uma das mais
importantes escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em
junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade.
Mulher simples, doceira de
profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em
motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas
históricas de Goiás.
Faleceu
com 95 anos.
FONTE: WIKIPÉDIA
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