sábado, 19 de dezembro de 2015

O QUE REALMENTE ACONTECEU LÁ?



Em 1959 uma equipe de 9 estudantes partiu para uma expedição e nunca mais voltou. Quando encontrados, seus corpos exibiam marcas de um brutal ataque, algo que até hoje ninguém explicou. O caso é simplesmente o mais bem documentado da história da Rússia! Vamos conhecer o mistério de Dyatlov Pass...




Em 25 de janeiro de 1959, dez esquiadores experientes da antiga União Soviética se reuniram ao norte das montanhas do Ural para participar de uma expedição de 14 dias que prometia ser divertida ao esquiar pelos montes através de uma rota conhecida. São eles:





- Igor Dyatlov (23 anos) Líder da Equipe









- Yuri Yudin Único Sobrevivente








- Yuri Doroshenko (21)










- Zinaida Kolmogorova (22)










- Lyudmila Dubinina (21)













- Alexander Kolevatov (25)










- Alexander Zolotariov (37)












- Rustem Slobodin (23)










- Georgyi Krivonischenko (24)










- Nicolay Thibeaux-Brignollel (24)














Tragicamente algo horrível aconteceu e apenas um sobreviveu. Os nove restantes morreram de forma estranha e assustadora e ainda hoje o caso continua sendo um mistério, apesar de se tratar da busca melhor documentada da história Russa.



A expedição e o sumiço


O líder da excursão era Igor Dyatlov, a equipe de duas mulheres e oito homens eram: um instrutor de esqui, três engenheiros e sete alunos do Instituto Politécnico dos Urais, localizado na cidade então conhecida como Sverdlovsk  (hoje Ecaterimburgo). Sua meta era a próxima Serra Otorten ao norte dos montes Urais.

Atualmente seria uma rota de dificuldade 'média'. Para eles no entanto, era muito mais extrema. Não podemos esquecer que, naquela época, a União Soviética valorizava muito os atletas de elite, o que veio a exigir-lhes bastante.

Este era o cronograma da expedição:


- Acampar no povoado de Vizhai (Concluído)


- O primeiro destino era a montanha Gora Otorten  (N ° 61 51′ 39 ' E 59 ° 21′ 54') (Montaram acampamento e morreram em 01/02/1959)


- Depois iriam viajar mais de 160 quilômetros ao sul ao longo da crista principal dos montes Urais, o pico de Ojkachahl. (Não Finalizado)


- Continuariam para o norte ao longo do Rio Toshemka, a leste da cidade de Vizhai. (Não Finalizado)


- A data prevista de retorno era 11 de fevereiro. Depois de ter alcançado o acampamento de Vizhai, tinham programado enviar telegramas para os seus familiares anunciando o sucesso da missão.  (Não Finalizado)

O primeiro acampamento foi montado no povoado de Vizhai. Lá eles ficam sabendo das lendas que envolvem o local para onde se dirigem. A montanha Kholat Syakhl significa "Montanha dos Mortos". Os Mansi contam que no passado, nove de seus caçadores morreram lá durante a noite, de repente, sem sintomas de violência. Foram encontrados no dia seguinte por seus companheiros, como se estivessem dormindo. Para eles, a montanha se converteu em um local encantado e é habitada pelo que eles chamavam de "almas" que levavam a vida do incauto que entrasse na área. Outra montanha que era o destino dos esquiadores, Gora Otorten, significa em Mansi "Não vá lá". Quando as pessoas que habitam estas terras durante décadas te avisam dessa maneira, seria bom levar um pouco em consideração, não é mesmo?

Foi no povoado Vizhai que Yuri Yudin, o único sobrevivente, adoeceu de repente e teve que abandonar a expedição. Uma velha lesão nas costas o impediu de continuar. Naquele momento ele sentiu inveja pelos seus companheiros e o resto da vida sentiu a angústia de não saber o que havia acontecido com eles.

Estas fotos foram as últimas que tiraram com o acampamento montado e mostram todos alegres e se divertindo.










Dois dias depois eles chegaram a Gora Otorten no dia 1° de fevereiro e lá estabeleceram o primeiro e o último acampamento. Sua rota, segundo os mapas de Igor Dyatlov, seguia o Vale do Rio Auspii, atravessava uma área arborizada na base da montanha Kholat Syakhl, a 10 quilômetros de Gora Otorten. Lá é onde montaram o acampamento. Ao longo do caminho, eles seguiram a trilha de um caçador Mansi de cervos, que tinha marcado a estrada no dia anterior. Algo aconteceu naquela noite que causou a morte de todos.

Ao passar mais de uma semana e não receber notícias dos jovens, as famílias pedem ao instituto politécnico  que comecem uma busca.

A busca começou no dia 21 de fevereiro, mas logo percebem a complexidade do resgate e pedem ajuda militar e civil. Um companheiro do Instituto Politécnico de pessoas desaparecidas, Mikhail Sharavin, lidera o grupo. Dois aviões e um helicóptero se juntam a equipe de busca.



Encontram o acampamento


Em 25 de fevereiro, um avião militar que sobrevoa a área encontra os restos do acampamento.

A equipe de resgate vai para o lugar. Ao chegar, encontraram o acampamento abandonado na encosta leste da montanha, conhecida como zona de 1079, Kholat Syakhl ou montanha dos mortos, dependendo de com quem se fale, se com militares, caminhantes ou tribos da área. A encosta ocidental da montanha é famosa por avalanches ocorrendo lá com facilidade. Mas essa noite não houve nenhuma.

Eles descobrem uma barraca coberta de neve e destroçada.

Dentro não há nenhum vestígio dos garotos, mas sim, todos os seus pertences como roupas e sapatos. Ao redor da barraca há numerosos vestígios de pegadas, pelo menos de oito pessoas, alguns com os pés descalços, outros com um só pé de calçado, sem uma direção clara, bastante caótica.

Das pegadas do grupo emerge uma linha em direção nordeste, descendo em direção a floresta, que pelo menos duas pessoas seguiram.

Sharavin explora a área perto das árvores e encontra o que parece ser os restos de uma fogueira apenas a 500 metros da barraca.





Descoberta dos 5 primeiros corpos


E ali mesmo, próximo a uma árvore, encontram os dois primeiros corpos, Krivonischenko e Doroshenko, os dois de pés descalços e em roupa interior, apesar do frio que fazia naquela noite. Os dois estavam cobertos por ramos de árvores caídos cheios de neve.

Quando o forense investiga o tronco, ele viu que estava coberto com pedaços de carne e pele humana. Os cadáveres tinham mãos dilaceradas, então presume-se que eles tentaram subir na árvore desesperados, e os galhos cederam com o seu peso. Não havia nenhum sinal de qualquer animal, mas alguma coisa tinha que aterrorizá-los de tal forma para fazê-los correr para fora da barraca sem se vestirem e tentarem subir numa árvore dilacerando as mãos.

Perto do local, cerca de 270 metros em direção a barraca, encontraram o terceiro cadáver, o do líder do grupo, Igor Dyatlov. O encontro não é menos surpreendente. Ele estava deitado virado para cima com a cabeça na direção da barraca e em uma mão segurava um raminho e com o outro braço cobria o rosto, protegendo-se.

Pouco mais de 180 metros a frente em direção a barraca, encontram o cadáver de Rustem meio coberto de neve com o  rosto no chão e com uma fratura de 17 centímetros na cabeça.

Nas proximidades existem vestígios de sangue, ao segui-los eles acham Zinaida, a que mais se aproximou da barraca depois de ter fugido. Não foi possível comprovar se o sangue era seu, mas não parecia ser dela.

O resto da equipe não apareceu até que ocorresse o degelo.






Examinando a barraca


As surpresas não acabam aqui. Ao examinar a barraca, eles verificam que estava feita em pedaços. Foram os próprios garotos que em uma tentativa desesperada de fugir, rasgaram a barraca.

A barraca segue sendo o maior mistério sem solução do caso e a que menos provas úteis proporciona. Ao localizá-la, todos tinham a esperança de encontrar a equipe com vida, no entanto, o seu interior não foi investigado como deveria. Não foram feitas fotografias, foram separados os objetos pessoais para entregá-los aos familiares, o diário do grupo apareceu, mas desapareceu o de Zolotariov. Foram encontrados vários rolos de filmes sem revelar. Não foi feito um inventário preciso.

Posterior análise chegou a uma conclusão surpreendente: os cortes não haviam sido feitos pelo lado de fora, mas sim a partir de dentro da barraca!






                                                                  Cortes feitos na barraca                              





                                                  Relatório oficial da barraca    

                              




Relatório oficial da barraca mostrando que apesar da lona ser grossa, não se preocuparam em cortar na parte mais frágil, ou seja, nas costuras, mas sim cortaram em qualquer lugar, o que                                     indica apavoramento.





Imagens no relatório oficial mostrando os cortes.
                                             



 Descoberta dos outros 4 corpos


Em 4 de maio surgem os restos de 2 corpos desaparecidos em um barranco de cerca de quatro metros de profundidade, bem perto da árvore onde encontraram os dois primeiros corpos.

Ao contrário do resto de seus companheiros, que apareceram em roupa de baixo, estes estavam vestidos, mas com itens aleatórios. Todos os corpos sofreram graves danos. Lyudmila tinha fraturas simétricas nas costelas, afundamento da caixa torácica na altura do coração. Mas isso não é tudo, ao examinar o corpo de Lyudmila, a cabeça estava deitada para trás (com a fratura no peito custaria muito respirar), a boca muito aberta e sem língua - sem língua, como assim? -, nem carne que recobrisse a cavidade bucal.

No que diz respeito a roupa, o pé de Lyudmila foi envolvido em uma peça feita de pedaços das calças de Krivonishenko e Zolotariov e usava um gorro de peles artificiais e seu abrigo.

Zolotariov tinha as costelas quebradas do lado direito. Thibeaux tinha o crânio esmagado e Alexander Kolevatov não dizem muito, apenas que estava lá.

Durante os funerais, vários membros das famílias alegaram que a pele dos mortos estava com uma cor laranja estranha, e seus cabelos haviam ficado cinza. Além disso, nas medições foram encontradas alta radioatividade em várias peças de roupas analisadas, que por mais que estivessem na posse de outros, pertenciam a Lyudmila.








       Barranco onde foram encontrados os corpos. Foram os 4                    estudantes que escavaram, para se proteger do frio





Corpos dos outros 4 esquiadores foram seriamente danificados             pela água congelante que derreteu do barranco



Reconstrução do caso

Ninguém sabe o que aconteceu naquela noite, mas, paradoxalmente, o caso é documentado em detalhes. Das fotografias tiradas pela própria equipe e seus diários, se pode reconstruir todos os seus passos.

Todos aparecem felizes e sem qualquer problema que os afete ao chegar no local onde acampariam.

Eles comeram das 18.00 as 19h00, como evidenciado pelo conteúdo dos seus estômagos, o alimento não digerido indica que o incidente e a posterior morte dos nove, ocorreram entre intervalos que variam de 21:30 - 23:30 do dia 1 de fevereiro e 01:30 - 02:45 na manhã de 2 de fevereiro.

Foi no primeiro intervalo de tempo quando aconteceu o que os pesquisadores chamam de 'evento desconhecido', algo que lhes criou tanto medo que os impulsiona a destruir a barraca para fugir colina abaixo quase sem roupas.

Se dispersaram em três direções diferentes, em três grupos, mas se encontram perto da árvore onde acenderam o fogo. O fogo pode espantar ou atrair algo que assusta, que permaneça na barraca, porque eles não retornam a ela, mas estão literalmente morrendo de frio.

Chegando neste ponto se embaralham 3 hipóteses do porquê Krivonischenko e Doroshenko, subirem na árvore, enfraquece a hipótese de tentarem se proteger de algo, melhor tentaram obter mais lenha para a fogueira ou alcançar um ponto de vista da barraca, encosta acima, para ver se poderiam retornar.

Ao estarem congelados, eles talvez nem notassem que arruinavam as suas mãos.








Depois da barraca, encontram o lugar onde conseguiram acender uma fogueira. Com a lenha úmida, o vento e o nervosismo da fuga, era muito difícil acender um fogo. Mas a essas alturas, já estavam conscientes de que estavam morrendo de frio. Houve uma tentativa desesperada de arrancar galhos, por Doroshenko e Krivonishenko, até o ponto de ferirem as suas mãos. Seus corpos começavam a enrijecer, pelo jeito que se penduravam nos ramos e tentavam arrancá-los com seu peso. Um imenso esforço como esse e sofrendo com uma hipotermia de primeiro grau, acelerou as suas mortes. Foram os primeiros a aparecer, juntos e cobertos com pouca neve.








 A árvore que Doroshenko e Krivonishenko tentaram escalar.          alguns galhos estavam partidos a 4.5 metros de altura






                  Os corpos de Doroshenko e Krivonishenko





Os 2 são os primeiros a morrer de frio, provavelmente seus companheiros cobriram seus corpos com ramas e o grupo volta a se separar. Dyatlov, Rustem e Zinaida decidem se aproximar da barraca, mas vão caindo sucessivamente. Os 3 morrem de hipotermia, embora Dyatlov pareça se proteger de algo ou alguém e Rustem apresente um ferimento na cabeça.

Os quatro restantes se escondem, neste momento podem ter sofrido as lesões que o médico legista compara com um acidente de trânsito. Lesões estranhas, já que danificam o interior, mas não produzem qualquer dano ou ferimento externo, embora não seja tão surpreendente devido ao congelamento dos corpos. Eles caíram em um barranco ou se refugiaram nele.

Uma queda poderia causar os danos, embora a altura fosse mínima e eles já estivessem em péssimas condições. O primeiro a morrer é Thibeaux seguido por 
Lyudmila, que fez pedaços das calças de Krivonischenko, já morto (o que justifica que ele tenha aparecido em roupa interior) para cobrir os pés. Quando ela morre,  Zolotariov veste o seu gorro e seu casaco, mesmo que não lhe sirva de muito porque ele é o próximo a morrer. Kolevatov é o última a morrer de hipotermia. Ele foi, provavelmente, quem cobriu seu companheiro com o abrigo da falecida.


A Fundação Dyatlov


Todos os documentos, exceto os que alguns dizem que desapareceram e outros que nunca existiram, estavam a disposição pública até que a fama do caso fez com que muita gente remexesse neles, pelo qual, restringiram o acesso. Uma cópia se encontra na Fundação Dyatlov, que tem a missão de preservar a memória dos montanhistas.

Yuri Kuntsevitch é o diretor atual da Fundação Dyatlov, que foi criada no Instituto Politécnico para perpetuar a memória dos falecidos e esclarecer as suas mortes. Eles têm em seu poder todos os documentos disponíveis do caso, assim como as fotografias obtidas, telegramas, relatórios e o diário do grupo.

A partir deste material, muitas teorias começaram a surgir...






O que aconteceu naquela noite?


Depois de apenas 4 semanas, a URSS finalizou o caso e concluiu que eles morreram devido a fúria da mãe natureza e que a causa oficial da morte é hipotermia, algo lógico ao ficar a 20 graus abaixo de zero. As fraturas de Lyudmila, 
 Zolotariov e Thibeaux eram fatais, mas a hipotermia como causa final ou aceleração da morte não é descartada.

Mas muitas perguntas foram levantadas:

- O que pode aterrorizar um grupo de nove pessoas, acostumados a acampar em locais extremos e com grande força física? Eles não eram colegiais acampando com medo do escuro.


- Por que  Lyudmila foi encontrada sem a língua?

- Os ferimentos foram tão intensos que nenhum ser humano seria capaz de fazer. Quem fez?


- Eles estavam a -20ºC - O que os fez fugir da barraca cortando de dentro para fora?


- A última foto tirada pelos estudante mostra o que? O que é aquela luz?

Logo circularam várias hipóteses, desde as mais assustadoras que parecem ser as mais razoáveis.
O caso teve muita publicidade por se tratar de nove jovens, mas terminou com outra incógnita:
nove esquiadores morreram por uma "causa maior" ou por uma "força não identificada", de acordo com o exército russo, que fechou o local durante três anos. A mesma passagem que agora leva o nome do líder da expedição, passagem Dyatlov, onde uma placa recorda os 9 falecidos.

Vamos conhecer a partir de agora algumas teorias...






Teoria da avalanche


Esta foi a primeira versão quase oficial. O tempo havia piorado, dificultando a visibilidade. Eles mesmos escreveram isso em seus diários. A zona da montanha que eles escolheram para acampar era propensa a sofrer avalanches e eles sabiam. Por isso uma das dúvidas que surgiram foi por quê escolheram esse lugar, já que não era o mais apropriado.

Chegaram a pensar que devido ao mau tempo, eles erraram o caminho e muito cansados para retroceder, acamparam naquele lugar.

Yuri, o único sobrevivente, não opinava o mesmo, conhecia a forma de pensar de Dyatlov e na sua opinião, era certo que o mau tempo os atrasou mais do que o previsto e o acampamento deveria ser a 20 quilômetros mais adiante, mas em lugar de retroceder e perder mais tempo ou avançar sendo mais perigoso, o mais lógico era acampar exatamente onde o fizeram.

Era certo que a ladeira produzia avalanches ocasionais, mas nada indicava que fosse ocorrer uma e estavam o suficiente longe para fugirem e se protegerem.

Tendo isso em conta, não é estranho pensar que o medo a um desprendimento de neve não estivesse presente entre eles, haviam aceitado correr o risco. A teoria oficial continua indicando que durante a noite, um potente ruído fez com que eles acreditassem que estava acontecendo uma avalanche, por isso sua saída precipitada da barraca e a corrida para se protegerem no bosque.










  Uma das últimas fotos do grupo estabelecendo o último                                                   acampamento






Equipe de resgate no acampamento. Veja que tudo está como na foto acima quando eles montaram acampamento.
                                   Não ouve avalanche







Aqui vemos as condições meteorológicas enfrentada pela equipe



Não houve nenhuma avalanche, nem nessa noite nem depois. A neve que cobria a barraca e os corpos era mínima e normal em uma montanha que neva. O equipamento dos jovens estavam cravados, rodeando a barraca, do mesmo jeito que eles deixaram como demonstra as últimas fotos tomadas pela equipe e pelo grupo de resgate. Se houvesse um movimento da neve, estariam cobertos ou deslocados e não assim.

Não houve desprendimentos, cuja a teoria oficial continua dizendo que o ruído que lhes assustou pôde ter sido de um avião em testes, já que perto há uma base militar e isso explicaria as luzes cor de laranja avistadas pelos excursionistas.

Um esportista qualificado sabe distinguir o som de um avião e da neve deslizando. Porém, mesmo que fosse assim e a tensão lhes fizessem se afastar da barraca, ao ver que não havia perigo e que estavam congelando, teriam voltado pôr suas roupas de abrigo, coisa que não fizeram.

É de dia, e no diário do grupo indicam que a temperatura é de -18º a -24º . O sol está a ponto de se pôr as 17:02 horas. A última anotação do diário de Dyatlov diz:

"Não podemos deixar que qualquer um em nossa situação comece o acenso às montanhas. Próximo das 16:00, devemos escolher o local do acampamento. Há vento, um pouco de neve. A camada de neve é de 1,22 metros de espessura. Cansados e esgotados, começamos a preparar a plataforma para a barraca. A lenha não é suficiente. Não cavaremos um fosso para o fogo. Cansados demais para isso. Apenas jantamos dentro da barraca. É difícil imaginar um grande consolo em algum lugar da cordilheira, com um vento penetrante, à centenas de quilômetros de distância dos assentamentos humanos."

Os danos em seus corpos não poderiam ser produzidos por uma avalanche, porque na linha de pegadas se verifica que todos eles saíram por suas própria pernas. Deveras, as feridas no crânio e tórax lhes imobilizariam por completo e de imediato. Teriam que tirar os seus companheiros da barraca e levá-los, mas não há marcas de arrasto e precisamente os mais feridos foram os últimos a morrer.








           Imagem tirada pelos esquiadores que mostra uma cruz.







 Imagem feita pela equipe de resgate mostra uma cruz. Isso mostra que depois de vários dias o clima não mudou muito e                         muito menos ocorreu uma avalanche.



Teoria das forças naturais


A tribo Mansi, cuja ajuda foi muito importante no trabalho de busca e resgate dos mortos, pois eles conheciam a área como a palma da mão, tinham bem claro: os garotos foram atacados pelos espíritos das montanhas. Fantasmas, seres etéreos, os verdadeiros donos da região. Eles não aceitam intrusos, protegem todo o ambiente das agressões que os seres humanos fazem contra a natureza.

Os mortos de sua tribo eram caçadores e os poucos caçadores que adentram a área procuram não ficar por lá à noite.

Os garotos eram mais que intrusos, eram 'estrangeiros' cortavam galhos das árvores, faziam fogo, em qualquer momento puderam faltar com o respeito ao espíritos da montanha e pagaram caro.

Se tomarmos em conta os diários encontrados na barraca, Igor Dyatlov escreve que sua rota segue um caminho de caça Mansi e que no dia anterior, um caçador havia andado pela zona.

Eles deixam marcas nas árvores, dizendo quantos caçadores passaram pelo lugar e a qual clã pertencem. Em uma das fotografias das câmeras encontradas, se vê Igor posando junto a uma dessas marcas. (foto abaixo).








'Mansi, Mansi , Mansi. Estas palavras se repetem com mais frequência em nossas conversas. Mansi são gente do norte. Pessoas muito interessantes e únicas que habitam os urais polares do norte. Fechados na região de Tyumen. Eles tem uma linguagem escrita e deixam sinais característicos em árvores do bosque.' Escreveu Igor Dyatlov no dia 30 de janeiro.




Foram os espíritos das montanhas que aterrorizaram os jovens? Paralisaram eles de medo até que morressem congelados?

O certo é que a maldição dos nove se repete. Os caçadores Mansi mortos da lenda eram nove. Os esquiadores do grupo de Dyatlov também eram nove. Em 1960 um avião com nove pessoas, entre pilotos e geólogos, chocou no sopé da mesma montanha. Morreram os nove e ao recuperar a caixa preta, não encontram nenhuma explicação do acidente. Atualmente, os excursionistas evitam passar em grupos de nove.





Teoria sobre a conspiração OVNI





Sempre que há uma história misteriosa surge a ideia de que foi produzida por organismos alienígenas..

A ideia veio desta vez do depoimento de um grupo de excursionistas que se encontravam acampados há vários quilômetros ao sul, que afirmaram terem visto na noite das mortes, várias esferas de cor laranja sobrevoando a zona onde se encontravam os esquiadores.

Curiosamente, um dos defensores desta teoria era um militar, que não podia mostrar as provas por estarem classificadas mas afirmava que existiam. Este cavalheiro era Lev Ivanov que junto com Vasily Ivanovich Tempalov estudaram o caso e propuseram diversas teorias a partir do depoimento dos excursionistas e das fotografias feitas por eles, mas superiores os obrigaram a fechar o caso e seus arquivos foram classificados. Tempanov se recusou, enquanto Ivanov acatou as ordens e foi promovido no dia seguinte.

Com a queda da URSS, estes supostos arquivos OVNIs não apareceram com o resto de arquivos desclassificados. Ivanov fazia questão de dizer que precisamente os seus, se encontravam entre os 'não desclassificáveis'

A teoria de Ivanov aponta que durante a noite de 1° de fevereiro, várias esferas de cor laranja, vistas pelos excursionistas que foram testemunhas e vários habitantes de cidades da zona e de procedência alienígena, sobrevoaram o acampamento dos nove esquiadores. O pânico se espalhou e fugiram. Talvez não lhes atacassem, mas naqueles anos o medo de luzes no céu estava muito enraizado. Estavam em plena guerra fria… Ou talvez sim lhes atacaram, lhes obrigando a fugir da barraca e a abandonà-la, se escondendo no bosque. As feridas que quatro dos esquiadores sofreram, segundo Ivanov, poderiam ser da colisão de uma nave e o impacto de algum fragmento.

Não encontraram restos de nenhuma nave, mas para Ivanov a resposta está na rápida atuação do exército, que poderia ter levado embora os restos. Os primeiros a encontrarem o acampamento foram os soldados soviéticos a bordo de um avião. Até que chegassem a equipe de resgate do Instituto Politécnico e os civis, havia passado ao menos um dia, porque já haviam se afastado da zona, e desde o início, pensavam em encontrá-los vivos.

A coloração da pele e cabelos, a radioatividade na roupa e a paralisia dos corpos, indicava a Ivanov que foram objetos de um ataque alienígena. Também parecia que ele levava em conta a ausência da língua de Dubidina, por ser similar as mutilações de gado. (Cattle mutilation)

É curioso que esta afirmação venha de um militar. Ele realmente acreditava ou tentava tapar algum assunto do exército?








Esta é a última fotografia feita pelos esquiadores e mostra uma                        
                           estranha formação luminosa....





Teoria de uso de substâncias tóxicas e viciantes


Claro que um golezinho de Vodka pra entrar no clima não está descartado. Apareceu uma garrafa dentro da barraca, mas não indicam se cheia ou vazia. Também a teoria da comida em mau estado veio a tona no princípio e que houvessem ingerido bagas alucinógenas (Que brotam na neve...) ou substâncias do gênero.

Isso explicaria, segundo esta teoria, o repentino calor que sentiram, o ataque de pânico, a desorientação, as alucinações...Mas não sabemos se sofreram alucinações ou se estavam vendo algo real. De fato, o grupo se organizou bastante bem, se protegendo do perigo que era a barraca. Parece que todos viram a mesma coisa pela sua forma de atuar, se mantiveram juntos todo o tempo e não estavam nada desorientados, porque na escuridão da noite e soprando um vento que arrastava a neve, foram capazes de se encontrarem.

Na análise do conteúdo dos estômagos de 5 dos primeiros encontrados e do resto dos órgãos dos 4 restantes, não citaram a presença de nenhum tipo de substância estranha. Este recurso havia sido muito proveitoso ao encontrar algo e culpar os alucinógenos, ainda mais que se tratava de desportistas e jovens de posição respeitável e as famílias não dariam crédito. Está claro que não eram uns irresponsáveis e se drogar em lugares extremos não é coisa de gente inteligente.

Lendo os seus diários se aprende muito sobre eles. Fora a garrafa de aguardente que todo Russo leva nas estepes Siberianas, eles estavam dispostos a não fumar. Kolmogorova escreve no seu diário:

"Os garotos juraram solenemente que não fumariam durante toda a viagem. Me pergunto quanto possuem de força de vontade e se podem viver sem cigarros?".

O último abastecimento antes de subirem ao trem, que levaria eles através do bosque, foi em Zavchoz no dia 23 de Janeiro. Compraram farinha de aveia, enlatados e carne em conserva. Kolmogorova aponta que se esqueceram do sal.






Kolmogorova apontando que se esqueceram do sal

Que houvessem ingerido algum produto em mau estado é algo que não se pode descartar, nem o fato de que um ou dois deles houvessem atacado os demais, mas isso não explica o medo nem a morte dos 9. A não ser que não tivessem consciência do que estavam tomando... Também se fala da 'Neve tóxica', cuja água puderam beber ao derretê-la. A neve tóxica seria o produto de experimentos químicos e biológicos do exército, bombardeios, fugas de centrais de água, que ao subir na atmosfera se transformaria em chuva e forma a neve das montanhas.





Teoria do ataque de tribos nativas


Nesta zona habitava a tribo dos Mansi. Eles também se tornaram suspeitos das mortes dos esquiadores, pela coincidência do número 9 e por eles terem adentrado em seu território, mas logo foram descartados como suspeitos. De fato, sua ajuda foi muito importante nas tarefas de busca.
Houve rumores de que eles poderiam estar zangados com os garotos, por entrarem no seu território sagrado, mas a zona para eles não era sagrada em absoluto, ao contrário, pensavam que estava enfeitiçada.

Mesmo que houvessem sido atacados por guerreiros Mansi armados, os esquiadores também estavam munidos de armas de fogo. Levavam um fuzil, um machado e várias facas. Exceto uma ou outra faca que apareceu junto dos cadáveres, todo o resto foi deixado na barraca. Se ladrões ou pessoas aborrecidas de uma tribo atacam, primeiro que não se foge sem as armas e segundo, os ladrões teriam saqueado o acampamento. Não levaram nada.

Fora os rastros dos garotos e da possível destruição da cena que causou a equipe de resgate (Coloco outra vez que esperavam encontrá-los vivos, no qual,  não foram muito cuidadosos onde pisavam ao descobrirem o acampamento) não havia rastro de mais ninguém.

Os rastros nas fotografias foram os usados para seguir a pista do grupo, conduziam até a árvore onde apareceram os primeiros cadáveres. São chamadas de 'rastros em coluna', uma vez que prensada a neve, a pegada se congela e ao soprar o vento que arrasta o pó de neve que as rodeia, ficam essas curiosas formações da imagem abaixo, que foram as que levaram em conta para localizá-los. São as marcas de um grupo de 8 a 9 pessoas, caminham juntas mesmo que em algumas seções, alguém se desvia do grupo e volta a se unir mais adiante. São pegadas antigas, muito diferentes das que poderiam deixar as equipes de resgate. Poucos dos pés levam sapatos e a direção coincide com a posição dos corpos.

Andam de forma organizada, todas as outras pegadas caóticas ao redor da barraca, provavelmente pertenceriam ao grupo de buscas, por isso a teoria da fuga à moda louca não se mantém.
Abandonaram a barraca com muita pressa sim, mas sabiam para onde se dirigiam.







              Rastros em coluna encontrados perto da barraca




Teoria da conspiração Militar


A teoria que quase todo mundo tem em mente. Depois de analisar as outras teorias, muitas pistas apontam para ela. Armas químicas, teste de mísseis, protótipos de aviões sobrevoando a zona...

Não era desconhecido para ninguém que aquela foi uma zona de manobras militares. Grande parte da área era militar. Ecaterimburgo estava rodeada de mísseis anti-aéreos.

Naqueles anos, estavam experimentando um protótipo de míssil que falhava mais que espingarda de parque de diversões.

Eliminar testemunhas inoportunas não era um problema para eles. Acredita-se que os militares conheciam a rota que seguiriam os rapazes, mas acidentes acontecem. Perto de Sverdlovsk, existia um grande complexo de experimentação de armas químicas.

Entre os tipos de armas que poderiam estar experimentando, se fala de algo que explodiu, mesmo que não aparecessem restos, o que explicaria os danos físicos de 4 dos garotos. Algum tipo de spray paralisante, ressonâncias ultra-sônicas que produzem confusão momentânea, um forte reflexo que pudesse cegá-los, alguma arma química.

Qualquer coisa que justificasse sua fuga e porque não voltaram para a barraca.

Poderiam ser testemunhas incômodas, sendo preciso executá-las.

Aviões de teste sobrevoando a zona e talvez borrifando algum produto, é algo que não se pode descartar.

E o que opinava Yuri, o único sobrevivente? Ele sempre esteve convencido de que os militares tivessem algo a ver. Teve que reconhecer os corpos de seus amigos, que a julgar pelas fotografias dos cadáveres, não deve ter sido nada agradável e ainda explicar que roupa era de quem.

Também identificou 2 materiais que não pertenciam ao grupo, uns óculos militares e um 'obmtki', uma peça de roupa que se usa para envolver os pés ou as pernas para manter o calor, enrolando-o como uma venda. Tem uma forma característica e é de um material determinado. Se utilizou amplamente entre os soldados nos anos 40 e depois entre os prisioneiros dos campos de concentração de Stálin .



                                          


                                             Um obmtki




E quem sabe, não seguiria sendo usado por algum soldado na época. Ninguém sabe como chegou lá e ninguém sabe como desapareceu da sala de provas.

Encontraram 3 câmeras dentro da barraca, todas com fotografias similares de distintas perspectivas, mas ele insistiu que eram 4 câmeras, as levadas pelos seus companheiros. Também faltava um dos diários.

Yuri Yudin também menciona que em algum momento da investigação, ele viu uns documentos que indicavam que os militares começaram as indagações 10 dias antes de que começassem a busca oficial pelas pessoas do instituto politécnico. Mas esses documentos também desapareceram. Também viu como tiravam da sala de necrópsia, recipientes com os órgãos de seus amigos para enviarem a laboratório, que nunca chegaram. E se chegaram, não há informe deles. Apesar de que os informes forenses preliminares são muito detalhados e profissionais.

O barranco onde apareceram os últimos 4 esquiadores, era uma fossa cavada por eles mesmos aproveitando o desnível do terreno, em teoria para se protegerem do frio, mas nesse lugar apareceram os mais feridos. Talvez fosse um primeiro refúgio após apagarem o fogo da árvore.




Teoria da espionagem


Por último, chegaram a afirmar que ao menos um dos membros da equipe era um duplo espião infiltrado. Também há quem opine que todos eram espiões ou estavam trabalhando em algum projeto secreto dentro do instituto politécnico. É certo que 3 eram estudantes de engenharia, mas o resto era de rádio e de economia. O suspeito é o guia Zolotariov, era mais velho que os demais (37 anos), usava um nome falso (Não se chamava 
 Alexander, mas sim Cemen) de origem Cossaca e esteve no exército. Era um veterano de guerra de um pelotão que só sobreviveram 3%, tinha 3 medalhas de honra, quando no máximo os veteranos tinham apenas uma e antes da segunda já estavam mortos.

Isso explicaria porque havia uma peça de roupa contaminada por radioatividade, ainda que leve.
Naquela época, os ocidentais não tinham um acesso fácil para se infiltrar como espiões, assim que contratavam a cidadãos russos. Sua missão era localizar os lugares onde poderia se enriquecer urânio, por isso trocavam com o espião em questão, um objeto ou uma peça de roupa impregnada de radioatividade. A central nuclear secreta de Tomsk-7 foi descoberta assim, mediante o intercâmbio do boné de um esquiador contaminado de radiação. Estima-se que Zolotariov seria um espião duplo e lhe contactavam para entregar uma peça contaminada, mas era uma armadilha para que a KGB pegasse o ocidental.





Teoria do Yeti


Os Mansi dizem que a região é habitada por uma criatura chamada Menk. Seu rugido fez os esquiadores se apavorarem e por isso eles fugiram da barraca e correram em direção a floresta. O Menk o seguiu e eles foram todos mortos.

O que seria uma das teorias mais malucas, com a liberação de arquivos antes confidenciais acabou se tornando uma das mais interessantes como vamos ver.

Em janeiro de 2014 o explorador Mike Libecky, a jornalista russa Maria Klenokova e uma equipe de filmagem se embrenharam na Rússia atrás de respostar para o caso e o resultado foi o documentário Russian Yeti: The Killer Lives exibido no Discovery Channel (tem completinho e em português no Youtube). O que eles descobriram foi impressionante e surpreendeu a todos, pois tudo indica que foi um Yeti que matou os 9 estudantes.

A equipe foi visitar a Fundação Diatlov e lá conversaram com as duas primeiras pessoas que chegaram ao local e descobriram a barraca. Eles disseram que viram pegadas na neve com o dobro do tamanho da humana e que elas não foram mencionadas nos relatórios oficiais.

Depois eles partem para falar com os Mansis e encontram a última testemunha Mansi viva dos eventos! Ela contou que tinha 5 anos na época e que ela sabe o que matou os estudantes: O Menk! e uma criatura com 2 a 3 metros de altura, muito forte e que que costuma matar cervos e arrancar suas línguas (lembra que a 
Lyudmila foi encontrada sem a língua?). O Menk seria apenas um dos nomes para criaturas grandes e peludas que vivem em florestas isoladas. Ele não gosta que assovie, portanto quando for para uma floresta russa não assovie!

O assunto é tão sério que em 1958 o governo russo lançou uma expedição com o objetivo de capturar um Yeti vivo!

Então Maria recebe um CD de uma fonte anônima com imagens do único sobrevivente, Yuri Yudin, falando sobre o caso e que encontrou uma peça de roupa militar.

Depois de meses eles conseguem ver o material sobre o caso que está no arquivo público da cidade de Ecaterimburgo. Neste arquivo encontraram a análise da barraca e fotos de pegadas muito estranhas. Mas o mais interessante foi a revelação de que em um pedaço de papel escrito pelos estudantes dizia "Agora sabemos que o Homem das Neves Existe".

Eles então reexaminam foto por foto que obtiveram na Fundação Dyatlov e encontram uma muito estranha, uma que mostra um Yeti! Eles voltam a Fundação para ver se ela é real e encontram o negativo! E mais, foi tirada apenas um dia antes deles morrerem.






    Foto tirada pelo grupo de um suposto Yeti
     

Tem mais coisa interessante... Eles descobrem um vídeo, um militar dizendo que na época estavam testando misseis de 2 estágios e escolheram aquela região justamente por não ter ninguém, nem o povo Mansi ia lá... 





Bônus: O relatório forense dos corpos


Nas fotografias dos cadáveres, estes estão vestidos. Quando se fala de roupa interior realmente é preciso falar de 'roupa de interior', dizem que os falecidos estavam meio nus, mas isso não é verdade. Os esquiadores levavam dois tipos de roupa, a de estar dentro da barraca, que é a que se considera como roupa de interior (roupa de interior da barraca), e a de abrigo externo. A roupa de interior eram camisetas de manga curta, camisetas de manga longa, blusões (um ou dois), calças grossas e vários pares de meias. Também tinham um calçado especial para andar pela barraca. Saíram da barraca com a roupa de repouso deixando a de abrigo externo e os dois pares de sapatos. é estranho que não levassem postos seus sapatos de interior da barraca, podendo que o incidente ocorresse justo quando estavam trocando de calçado.


Os cadáveres encontrados sob a árvore sim levavam pouca roupa, mas porque seus colegas cortaram-nas em pedaços para se abrigar, uma vez que estavam mortos e certamente em rigor mortis, por isso tiveram que cortar a roupa.


Isto descarta a teoria do 'paradoxo do nu' por hipotermia, teoria que diz que em momentos de hipotermia extrema, os afetados começam a tirar a roupa, desorientados. Eles não estavam desorientados, porque tentavam manter o calor por todos os meios. Mas alguns blusões de lã e umas calças, em uma noite que superou os -20º centígrados (especula-se que com uma sensação térmica de uns -30º devido ao forte vento que soprava), era praticamente o mesmo que estar nu.



Yuri Doroshenko (Юрий Дорошенко)


Causa da morte: hipotermia








É o mais próximo da fotografia e se encontra de barriga para cima, com os braços na altura da cabeça, sinal de que teria sido arrastado. Foi identificado pela sua altura, 1,80 m. Era o mais forte dos nove e casualmente um dos primeiros a morrer. Saiu da barraca em boas condições, porque as impressões de uma pessoa alta que caminhava com passo firme se distingue claramente. Vestido com uma calça de lã, calças curtas sobre essas, uma camisa de manga curta, uma camisa de manga longa e colete. Nos pés um par de meias de lã. Sem calçados. Nas calças foram encontradas restos de lágrimas e a meia do pé esquerdo estava parcialmente queimada.

Sobre as lesões que apresentavam o corpo: Presença de sangue na boca, nariz e ouvidos. Danos no braço direito na altura do ombro: Hematoma de 2 centímetro na axila, abrasões de 2 a 1,5 cm (Isto quer dizer que cobre uma superfície de 2 x 1,5 cm de área, dentro da qual estão os danos) na parte interna do ombro não há sangramentos, mas haviam dois cortes na pele.

Marcas de golpes acimas do antebraço direito (sob o cotovelo) de coloração marrom-avermelhada entre 4 a 5 cm.
A pele dos dedos de ambas as mãos estavam arrancadas e estas apareceram no tronco da árvore sob a qual foram encontrados os corpos.
Machucados em ambas as pernas (abaixo dos joelhos).
Marcas de congelamento no rosto e orelhas (que em volta, a pele tem um tom marrom escuro-negro)

Na bochecha direita, havia a descarga de líquidos cinzentos espumosos procedentes da boca. Este líquido costuma aparecer em caso de compressão do tórax.
A conclusão é que as feridas foram produzidas ao cair da árvore, ao arrancar ramos utilizando o peso do corpo ou tentando se manter sobre os galhos.



Yuri Krivonischenko (Юрий Кривонищенко)

Causa da morte: hipotermia









 Vestido com camisa leve, camisa de manga longa, calças curtas, calças longas e meias, tinha as roupas rasgadas na perna esquerda. Sem calçado.
Machucaduras na testa e um hematoma na altura do osso temporal esquerdo. Sangramento difuso na região temporal direita e occipital devido ao rasgão do músculo temporal (tudo indica um golpe na cabeça).

Faltava a ponta do seu nariz. As orelhas estavam congeladas. Aparece de bruços na neve tombado junto ao seu colega.
Numerosas contusões: No lado direito do peito (7,2 e 1,2cm). Hematomas nos músculos com rasgos de menor importância. Hematoma no glúteo esquerdo (10,3cm). Contusões na perna esquerda. Abrasões na parte exterior da perna esquerda (6,2 e 4,5). Queimadura na perna esquerda(10,4).

Mãos: Machucaduras com desprendimento da epiderme na parte posterior da mão esquerda.
Parte da epiderme desprendida das mãos, foram encontradas entre os dentes do defunto. Como a pele perdida se encontrava na árvore, em que supostamente subiram e da qual supostamente caíram, se pensa que em algum momento mordeu a árvore (também pôde ter mordido própria mão). Não houve indicação de troca de pele entre os dois cadáveres, apenas que a pele encontrada na árvore era dos dois.

Conclusão: tentativa desesperada de se manter sobre a árvore ou de arrancar galhos para o fogo.
 




Igor Dyatlov (Игорь Дятлов)


Causa da morte: hipotermia










Cabeça nua. Abrigo de pele com bolsos desabotoados. Camisa de manga longa, camiseta não muito grossa. Calças, calças de esqui. Sem calçado. Meias de algodão em ambos os pés, meia de lã só no pé direito. Nos bolsos, tinha um canivete pequeno e uma fotografia de Zinaida Kolmogorova. Seu relógio parou às 05:31. A camisa de manga longa era de Yuri Yudin, este a identificou posteriormente e explicou que a havia emprestado a Doroshenko. Tudo indica que as peças de roupas dos dois primeiros a morrerem, foram repartidas entre seus colegas, ou que entre eles trocaram as roupas.

Lesões: Abrasões na testa de cor marrom-avermelhada. Escoriações em ambas bochechas de cor marrom-avermelhada  sangue seco nos lábios, perda antiga de um incisivo na mandíbula inferior.

Na parte inferior do antebraço e na superfície da palma da mão (não indicam qual das duas, suponho que a direita) haviam muitos arranhões pequenos de cor vermelha escura. Contusão nas articulações metacarpofalangicas da mão direita de cor marrom-avermelhada (isto é, a zona do punho com a qual se bate com a mão fechada). Contusões na mão esquerda de cor marrom-avermelhada. Feridas superficiais no segundo e no quinto dedo de dita mão.

Forte golpe nos joelhos sem sangramento. Hematomas na parte inferior da perna direita (acima do tornozelo). Abrasões em ambos tornozelos de cor vermelha brilhante com hemorragia subjacente.
 





Zinaida Kolmogorova (Зинаида Колмогорова)


Causa da morte: hipotermia

                                    




Seu cadáver foi encontrado semi-enterrado. Estava melhor vestida, levava dois gorros, camisa de manga longa, camiseta, outra camisa sobre a camiseta e outra camiseta em cima com as mangas rasgadas. Calças esportivas, calças de algodão, calças de esqui com três pequenos buracos na parte inferior. Três pares de meias. Sem calçado. Levava uma máscara militar, sem a indicação de que tipo.

Tinha um hematoma de 29 cm de comprimento por 6 de largura que rodeava o lado direito na região da cintura.

Congelamento nas falanges dos dedos, contusões nas mãos e nas palmas. Meninges inflamadas (sinal de hipotermia).



Rustem Slobodin (Рустем Слободин)


Causa da morte: hipotermia











Levava uma camisa de manga longa, outra camisa, uma camiseta, calças em cima de outras calças, quatro pares de meias e uma bota no pé direito. Nos bolsos levava uma faca, uma caixa de fósforos, um pente, seu passaporte, 310 rublos e um lápis. Seu relógio estava parado, marcando 08:45.

Lesões: Abrasões na testa de cor avermelhada, hematoma de cor marrom-avermelhada na pálpebra do olho direito com hemorragia subjacente. Restos de sangue no nariz. Lábios inflamados, inchaço e abrasões irregulares na metade direita do rosto. Abrasões no lado esquerdo do rosto.
 Epiderme rachada em todo o antebraço direito. Hematomas na zona metacarpofalangica de ambas as mãos. Machucaduras de cor marrom-avermelhada na face média do braço esquerdo e na palma da mão esquerda.

Contusões na tíbia esquerda.

A cabeça apresentava uma fratura no osso frontal e nos músculos temporais de ambos lados do rosto.
O forense não explica a natureza das lesões, mas é como se ele tivesse ido se ferindo sucessivamente com tudo o que encontrasse no caminho.

Era o único corpo que mantinha algo de calor corporal no momento de cair ao solo, já que a neve sob a sua cabeça havia derretido e se transformando posteriormente em gelo (a ferida na cabeça ajudou). Seu cadáver estava completamente coberto pela neve.



Lyudmila Dubinina (Людмила Дубинина)


Causa da morte: hemorragia cardíaca e hemorragia interna











ASSIM SEU CORPO FOI ENCONTRADO




Levava roupa interior, uma camisa de manga curta, uma camisa de manga longa, duas jaquetas, dois pares de calças, meias  longas, outro par de meias danificadas pelo fogo e uma meia sem par. Tinha cortado em tiras uma camiseta, levando uma parte enrolada no pé esquerdo e a outra havia se desprendido. Foi encontrada entre a neve. Levava a calça e a camiseta de Krivonishenko, em que foi encontrado uns níveis baixos de radiação.

Danos corporais: A língua não foi encontrada, faltava o nervo hipoglosso bem como os músculos do céu da boca. Não indicam se foi arrancada ou não, simplesmente que não está. Os tecidos macios ao redor dos olhos, os olhos e as sobrancelhas desapareceram, assim como a pele da área temporal esquerda e o osso encontrava-se parcialmente exposto.
As cartilagens nasais foram rompidas. Faltavam os tecidos macios do lábio superior, no qual, os dentes e o osso da mandíbula superior estavam expostos

Lesões nas costelas. No lado direito estavam quebradas as costelas 2, 3, 4 e 5 seguindo duas linhas de fraturas visíveis. No lado esquerdo: foram quebradas as costelas 2, 3, 4, 5, 6 e 7, seguindo também duas linhas de fraturas visíveis.

Hemorragia em massa na aurícula direita do coração. Foi encontrado 100 gramas de sangue coagulado no estômago. Hematoma na coxa esquerda, com o tamanho de 10 ,5 cm.
Tecidos danificados ao redor do osso temporal esquerdo, com tamanho de 4, 4 cm.



'Alexander' Zolotariov ( Семен ' Александр ' Золотарёв)

Causa da Morte: hipotermia agravada pelas lesões sofridas.


Os olhos desapareceram. Faltavam os tecidos macios ao redor da sobrancelha do olho esquerdo, em uma superfície de 7, 6 cm, o osso está exposto. Teve as costelas quebradas 2, 3, 4, 5 e 6 do lado direito, seguindo duas linhas de fraturas visíveis. Ferida aberta no lado direito com o osso exposto de 8 a 6 cm de tamanho.

Tanto Zolotariov como Dubinina tiveram um mesmo padrão de lesões. São muito similares no ângulo e na força exercida, apesar de que tanto a altura e a compleição corporal dos dois é muito diferente. O que lhes causou estas lesões não foi um evento único e uniforme, mas sim, produziu danos similares em duas pessoas diferentes. Seria como comprovar quanta força seria preciso exercer para quebrar as costelas de uma mulher forte de 20 anos e de um homem atlético de 37, a potência da força exercida é diferente, mas o resultado é o mesmo.

Sob a roupa foi encontrada a seguinte tatuagem: Г + С + П = Д (não foi especificado em que parte do corpo) O último símbolo depois do igual, significa 'amizade', os três primeiros são as iniciais dos amigos, era uma tatuagem muito comum entre os soldados soviéticos que serviram muito tempo juntos. Entre as letras não há nenhum A, pelo qual o nome com que se apresentou ao grupo, Alexander, realmente não era o seu nome, mas sim, Cemen. Também encontraram uma frase militar e seu ano de nascimento, 1921.



Nicolai Thibeaux-Brignolle (Николай Тибо-Бриньоль)


Causa da morte: hemorragia cerebral








Apresentava múltiplas fraturas no osso temporal direito, com ampliações nos ossos frontais e esfenoides, seguindo um padrão ovalado. Segundo uma das hipóteses, seguindo a teoria da avalanche, ele estaria dormindo próximo de sua câmera fotográfica e ao cair a neve sobre eles, sua cabeça teria batido contra o objeto. Dentro da barraca não havia nenhuma câmera quebrada nem manchada de sangue e o padrão das impressões não mostra o arraste de uma pessoa inconsciente na fuga para o bosque, quando esta ferida provocou uma hemorragia cerebral que o deixou em um estado muito similar ao coma. O forense, Vozrojdenniy, não estava de acordo, porque a ferida e o afundamento do crânio não mostravam um círculo perfeito, mas sim, irregular, mais parecendo ao de uma pedra, mas também descarta a queda acidental sobre uma pedra.

Se poderia saber mais sobre o impacto caso se pudesse observar a retina, desprendida ou não, mas lamentavelmente, os globos oculares haviam desaparecido.

Também apresentava um hematoma no lado esquerdo do lábio superior e uma hemorragia na parte baixa do antebraço, com o tamanho de 10 a 12cm.




Alexander Kolevatov (Александр Колеватов)

Causa da morte: hipotermia


Ausência dos tecidos macios ao redor dos olhos e dos globos oculares, as sobrancelhas desapareceram e os ossos do crânio estavam expostos. Os danos no rosto que sofreram os quatro cadáveres têm uma explicação simples, a carne, primeiro congelada e depois molhada durante o degelo, pode se separar com muita facilidade do crânio.

Tinha uma fratura no nariz, uma ferida aberta por trás da orelha, com o tamanho de 3 cm e o pescoço deformado (não é detalhado que tipo de deformidade).
 




Conclusão

Tinha algo na floresta e eles fizeram pequenos rasgos na cabana para observar. Um míssil caiu ali perto e assustou tanto eles quando o Yeti que se sentiu vulnerável. A última foto tirada pelos esquiadores mostra justamente um clarão no céu. Eles correm para a floresta somente com as roupas interiores e tentam acender uma fogueira. Dois morrem ali. Três tentam voltar para a barraca, mas morrem. Os outros quatro se protegem em uma parece de gelo, mas o Yeti furioso ataca matando todos.





YURI YUDIN AOS 22 ANOS










YURI YUDIN  POUCO TEMPO ANTES DE MORRER




"Se eu tivesse a chance de fazer a Deus apenas uma pergunta, seria esta: o que realmente aconteceu com meus amigos  naquela noite?" - Yuri Yudin.

YURI YUDIN NASCEU NO DIA 19 DE JULHO DE 1937 E MORREU EM 27 DE ABRIL DE 2013 AOS 75 ANOS DE IDADE.


VÍDEO





                     FONTE: ASSOMBRADO.COM.BR

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